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baixapombalina - blog sobre as polí­ticas de intervenção na Baixa Pombalina

 

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Banca de Jornais veja aqui as edições de hoje

 

sexta-feira, dezembro 31, 2004

 

| Relatos do tsunami de Lisboa de 1755 |

 


"De repente, apareceu uma enorme massa de água a erguer-se como uma montanha, aproximando-se espumando e rugindo, precipitando-se em direcção a terra |…| a água subiu a uma altura tal que ultrapassou e inundou a parte baixa da cidade |…| vazou e encheu, vazou e encheu |…|". [Relatos do tsunami de Lisboa de 1755]

 

| O resgate e salvamento de sinistrados do terramoto e tsunami de Lisboa de 1755 [a] |

 



 

| O resgate e salvamento de sinistrados do terramoto e tsunami de Lisboa de 1755 [b] |

Campo de barracas para alojamento das vítimas do terramoto de 1755; Lisboa, ao fundo, continuava a arder …

 


O Prof. João Duarte Fonseca no seu recente livro "1755 - O Terramoto de Lisboa | The Lisbon Earthquake" cita um manuscrito anónimo que afirma terem sido dadas na Ribeira das Naus muitas velas de navios e muita madeira para a construção destas barracas e que nada chegava.
Ficamos também a saber que "em Belém … a [barraca] do Secretário de Estado Sebastião José de Carvalho e Melo poderia servir de palácio, e outras muitas de senhores, que ao mesmo tempo que mostram que a ruína foi grande, juntamente pela magnificiência indicam a grandeza das pessoas que nelas assistem".

 



terça-feira, dezembro 28, 2004

 

| Seria interessante vermos o esqueleto da caravela dos descobrimentos na estrutura dos edifícios pombalinos!… |

 


No recente livro sobre o Terramoto de Lisboa publicado pelo Prof. João Duarte Fonseca do IST levanta-se uma questão deveras "apelativa", sugerida também por outros investigadores, que é a de saber se a engenharia anti-sísmica da gaiola pombalina teria a sua origem nas estruturas de madeira utilizadas na construção dos navios.
"Não se saberá nunca ao certo" - diz o Professor, "porque as instruções para a sua construção terão sido transmitidas oralmente ou em suporte precário, e nunca se encontraram directivas escritas impondo o seu uso".
Seria interessante vermos o esqueleto da caravela dos descobrimentos na estrutura dos edifícios pombalinos…

 


 


 



sábado, dezembro 25, 2004

 




quarta-feira, dezembro 22, 2004

 

|O Arquivo Municipal de Lisboa vai assinalar em 2005 os 250 anos do terramoto de 1755|

 


O Arquivo Municipal de Lisboa informa no seu site que vai assinalar em 2005 os 250 anos do terramoto de 1755 com a publicação de três obras fundamentais para o estudo da reconstrução pombalina de Lisboa; são elas:
- o Portugal Aflito e Conturbado pelo Terramoto de 1755: Edição fac-similada de um códice pertencente ao Arquivo Histórico Municipal, sobre o Terramoto de 1755 ["Este códice é um manuscrito que trata do Portugal aflito e conturbado pelo Terramoto de 1755 e descreve o projecto urbanístico para recuperação da cidade, a baixa pombalina, a agitação social face aos cataclismos naturais, descrevendo as zonas mais afectadas. Códice que acentua o carácter religioso do terramoto: o castigo dos ímpios; Serão publicados dois livros sendo o primeiro o fac-símile do códice e o segundo composto pela investigação (uma análise no âmbito da história económica, institucional, política, religiosa e cultural) e estudo codicológico, do teor diplomático e transcrição paleográfica"], a Relação das Propriedades de casas que nesta cidade de Lisboa, se têm edificado e reedificado desde o ano de 1755 até ao presente 1766 ["Concepção e execução de um DVD interactivo para apresentação de conteúdos em formato digital, inspirado no documento manuscrito na posse do Arquivo Municipal de Lisboa. Será apresentada uma evolução dos locais referenciados até aos dias de hoje, de uma forma tridimensional. Publicação em formato digital. Esquema de navegação diagramático: percursos a partir de zonas identificadas no manuscrito. Ligação a conteúdos temáticos: biografia de proprietários, arquitectos, história do urbanismo, fontes e bibliografia, cronologia e elaboração de estudo codicológico"] e a Reedição do Cartulário Pombalino ["Um dos mais importantes conjuntos da cartografia da cidade de Lisboa, integrado no espólio do Arquivo Municipal de Lisboa e um dos núcleos documentais mais requisitado pelo seu valor histórico e cientifico. A esta publicação será acrescida uma relação dos topónimos antigos à localização actual da reconstrução"].


quinta-feira, dezembro 16, 2004

 

| Principais sismos que afectaram Lisboa desde o século XIV |

 



quarta-feira, dezembro 15, 2004

 

| Mais 9 milhões para o Chiado e "noves fora nada" para a Baixa… |

 


O Fundo Remanescente de reconstrução do Chiado vai comparticipar 2,7 milhões dos 9 necessários para intervir em 8 imóveis nas ruas do Carmo, Duque, Alecrim e Misericórdia, entre os quais a Igreja da Encarnação.
Segundo o responsável por este organismo o « FRCC foi criado com o objectivo de apoiar a reconstrução e requalificação do Chiado e zona envolvente, visando a realização de intervenções no tecido urbano, a modernização do tecido comercial, o repovoamento, a valorização dos monumentos, a reabilitação de espaços de fruição colectiva e a dinamização artística e cultural».
Será que a Baixa foi desclassificada ou qualquer dia é zona envolvente do Chiado para beneficiar dos fundos de reabilitação do Chiado?
Fala-se tanto em Baixa-Chiado, mas afinal o que se deveria dizer é Chiado-Chiado não é Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Senhor Presidente da Junta de Freguesia de São Nicolau e Senhor Ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional, José Luís Arnaut.
Desculpem se me esqueci de mais alguém...

 




 

| O gigantesco tsunami que arrasou Lisboa em 1755 |

 



segunda-feira, dezembro 13, 2004

 

Instituto de Meteorologia regista sismo com magnitude 5,4 na escala de Richter com epicentro num dos locais propostos para o Terramoto de 1755

 



Os vários locais propostos para o epicentro do Terramoto de 1755:

 


“A localização da fonte sísmica de 1755 não é bem conhecida, tendo diferentes autores proposto focos sísmicos separados por várias centenas de quilómetros.
Após a ocorrência do sismo de 1969 no Banco de Gorringe, a SW de Portugal Continental, esta passou a ser a localização melhor aceite para o evento de 1755.
Contudo, a comparação das isossistas para estes dois eventos mostra que esta hipótese não explica completamente as observações. As intensidades reportadas em Lisboa e cidades vizinhas são muito altas (MMI IX-X, segundo Moreira, 1984), apesar da distância considerável ao Banco de Gorringe.
A investigação levada a cabo pela equipa do projecto levou a uma nova interpretação para as intensidades muito altas registadas na região do Vale do Tejo durante o Terramoto de 1755.
Vilanova e Fonseca (submetido) propôem que estas se devem à ocorrência, alguns minutos depois do sismo no mar, de um sismo local induzido na zona do Vale do Tejo (M6.5 a M7).” [http://einstein.fisica.ist.utl.pt/~sismo/Portugues/Tagusnet/sismo_1755.htm]

domingo, dezembro 12, 2004

 

| Cais das Colunas |, Paulo Ataíde

 



sábado, dezembro 11, 2004

 

|O Terreiro do Paço “volta a brilhar” com combinações de cor, imagens, música e “space cannons” com alcance vertical de sete quilómetros!|



O Terreiro do Paço “volta a brilhar” com combinações de cor, imagens, música e “space cannons” com alcance vertical de sete quilómetros!
D. José I é que já não esperava por estes 350 quilowatts de iluminação dinâmica que pode ser vista do espaço e por uma grande quantidade de visitantes que aqui chegam a pé, de eléctrico, de autocarro, de barco e de automóvel.
É pena que esta “peregrinação” já não encontre o comércio da Baixa aberto; em todo o caso, podem ser apreciadas as montras e o mar de luz que do Rossio corre pela Rua Augusta até ao Terreiro Paço e que depois se projecta no Céu por falta de um Cais que a transporte para as águas do Tejo!...

[imagens: site CML]

domingo, dezembro 05, 2004

 

|Possessio maris| Fernando Pessoa, SEGUNDA PARTE / MAR PORTUGUÊS



Foi-se a última nau, ao sol azíago
Erma, e entre choros de ânsia e de presago
Mistério.
Não voltou mais. A que ilha indescoberta
Aportou? Voltará da sorte incerta
Que teve?
Deus guarda o corpo e a forma do futuro |…|

 

Alfredo Keil (1850-1907)
O Aterro em 1881; No Cais do Tejo, 1881, óleo sobre madeira, 92 x 154 cm. Museu do Chiado, Lisboa

 

Avaliação do caudal de águas residuais e pluviais na Baixa (cruzamento da Rua do Ouro com o Rossio, Praça da Figueira, Rua da Vitória e Rua Augusta)



A CML está a proceder à avaliação do caudal de águas residuais e pluviais que passam nos colectores onde os medidores foram colocados (cruzamento da Rua do Ouro com o Rossio, Praça da Figueira, Rua da Vitória e Rua Augusta).
Esta avaliação tem por objectivo a elaboração do primeiro Plano de Drenagem para a cidade, que a autarquia pretende lançar ainda este ano; desta forma as intervenções na rede de saneamento deixam de ser realizadas "de uma forma casuística e reactiva" e passem a ser "planeadas e sustentadas. O equipamento consiste “num sensor de nível de água (Datalogger Compact Gealog), Armário Ambiental, sistema de transmissão de dados via GSM e uma unidade de alimentação”.
No próximo dia 6 o Presidente Carmona Rodrigues vai divulgar “em tempo real” e "em forma numérica e gráfica" os primeiros resultados deste projecto de monitorização dos esgotos e das águas pluviais na Baixa Pombalina.

 




 

|250 Anos em Imagens para reabilitar a memória da Baixa são insuficientes se não forem acompanhadas de um plano estratégico que garanta o seu futuro|

 


Até ao dia 25 de Fevereiro de 2005 encontra-se nos Paços do Concelho uma exposição de 143 fotografias e 23 gravuras e pinturas originais que nos fazem revisitar momentos e memórias que marcaram a história da cidade e do país nos últimos 250 anos, como o terramoto, a reconstrução pombalina, os cortejos de coroação, casamentos reais, funerais, paradas militares, desembarques e embarques, o regicídio de D. Carlos I, visitas de aparato, a proclamação da República, a revolução do 25 de Abril,os incêndios do Chiado e dos Paços do Concelho, a Expo'98 e o Euro 2004, desfiles e manifestações.
Esta iniciativa insere-se na apresentação da candidatura da Baixa a Património Mundial; esperamos que o comissário da exposição, também assessor do Gabinete de Licenciamento e Reabilitação Urbana da CML, não esqueça que estes eventos de “reabilitação da memória da Baixa Pombalina” não passam de meros eventos conjunturais se não forem acompanhados de um plano estratégico de reabilitação urbana que garanta o seu futuro.

 



sábado, dezembro 04, 2004

 

| As cegadas da Praça da Figueira |

 


«Ao oriente do Rocio acha-se o mercado denominado praça da Figueira, onde, na véspera de certos dias de festa, abrem-se os lugares de venda e durante a noite inteira ao clarão de muitas lanternas e lampiões, e por entre as mercadorias e os compradores, aparecem bandos grotescamente vestidos e têm lugar danças nacionais».[Príncipe Lichnowsky em 1842]
«Há um período de festas populares em que o alfacinha não sai de Lisboa, e em que cai em Lisboa um poder do mundo dos saloios. É no mês de Junho, quando se festeja Santo António, São João e São Pedro. São verdadeiras romagens das aldeias e casais da cercania ao coração da cidade, prazo-dado, sem ajuste nem convite, de todos os guitarreiros e cantadores do termo. As noites da Praça da Figueira e suas imediações têm nessa ocasião um cunho lisboeta e provinciano que se não confunde, na contagiosa alegria dos descantes, das guitarras, dos balões de cores, das gaitas e assobios de barro, dos pregões de frutas, manjericos e cravos, todo aquele ir e vir de grupos que a folia impele, sem nexo e sem sentido, formigueiro humano, onda de povoléu»[Alfredo Mesquita - Praça da Figueira, séc. XIX]

terça-feira, novembro 23, 2004

 

| Mesmo em frente das arcadas onde se situa a Direcção-Geral dos Monumentos Nacionais [DGEMN] |

 


Mesmo em frente das arcadas onde se situa a Direcção-Geral dos Monumentos Nacionais [DGEMN] lá está o Fidelissimo Regi nostro Josepho Primo, Felice, Invicto, Pio, Augusto in sua auspicatissime equestris statuae considerada, por alguns, a mais bela estátua equestre da Europa!
Sereno, o Rei olha o Tejo e, tal como no tempo em que reinava, está completamente alheado das cenas que passam no pedestal.
Sebastião José trata disso – pensava ele.
A DGMN – pensava eu.
Afinal, o Rei estava mais certo do que nós!...

segunda-feira, novembro 22, 2004

 

| A Rua Augusta vestida a tons dourados e azuis e o Rossio coberto de luzes cintilantes – o Natal da lisb-ho-ho-ho-a.na.Baixa. |

 


A Rua Augusta vestida a tons dourados e azuis e o Rossio coberto de luzes cintilantes – o Natal da Baixa no centro da “ lisb-ho-ho-ho-a.na.moda"; este ano apostou-se em mais animação e no lançamento de um portal para dinamizar o comércio local [não seja a Baixa um enorme centro comercial a céu aberto!]; foi pena que o Natal não chegasse a metade da Rua dos Sapateiros [as iluminações não passaram do 3.º Quarteirão] ,deixasse o Terreiro do Paço às escuras e, como sempre, a Carris se esquecesse de iluminar o elevador de Santa Justa. Com tanto esquecimento, qualquer dia até a CML se esquece que retirou para reparar, há meses !!!, quase todos os candeeiros da Rua da Prata; o problema é que, quando por alturas dos Reis as iluminações de Natal forem retiradas, os farolins dos eléctricos que atravessam esta via são manifestamente insuficientes para garantir, à noite, a segurança dos seus residentes e transeuntes.





domingo, novembro 14, 2004

 

Pensos em caixas hermeticamente fechadas, vaselinas, tópicos em tubos de estanho puro, ampolas hipodérmicas de todos os medicamentos injectáveis, ...

 

Este Laboratório de produtos farmacêuticos situava-se na Rua da Prata e pertencia à Farmácia Normal, uma das mais antigas da Baixa; embora só tivesse sido fundada em 1904 pelos farmacêuticos Manuel Adriano Mourato Vermelho e Serafim Pires Coelho, as suas instalações pertenciam à antiga Farmácia Costa da altura em que a Rua da Prata também era conhecida por Rua Bela da Raínha, a Rua dos Correeiros por Travessa da Palha e a Rua da Assunção por Travessa da Assunção[assim era no tempo de Cesário Verde].
Durante a Primeira Guerra Mundial o Laboratório da Farmácia Normal, a funcionar nos primeiros andares do edifício da farmácia e de um prédio fronteiro, exportou ampolas hipodérmicas e tornou-se conhecido pelo famoso Dynamol; produzia também pensos em caixas hermeticamente fechadas, vaselinas, tópicos em tubos de estanho puro, ampolas hipodérmicas de todos os medicamentos injectáveis, artigos de sutura, soros, etc…

segunda-feira, novembro 08, 2004

 

| Os atentados contra D. José I - o primeiro quando regressava da Ajuda, o segundo quando precisava de ajuda |

 



foto de:
Pedro Seixo Rodrigues

 


quinta-feira, novembro 04, 2004

 

| O Chave d' Ouro no Rossio onde Humberto Delgado desafiou Salazar com o "Obviamente demito-o". Obviamente, hoje, é um banco… |

 


Foi uma pastelaria durante o período sidonista e depois café Chave d’Ouro. Aqui se reuniam os não-democráticos e os comerciantes da Baixa quando as lojas fechavam para lerem o câmbio do dia; foi também aqui que Humberto Delgado na célebre conferência de Imprensa desafiou Salazar com o "Obviamente demito-o".
Obviamente, neste momento é ocupado pelas instalações da Caixa Geral de Depósitos junto ao Nicola. Seguiu o mesmo caminho dos outros grandes cafés do Rossio: Os Irmãos Unidos, O Café Portugal, O Gelo, …

segunda-feira, novembro 01, 2004

 

| A Terra, a Água, o Fogo e o Ar |

 


“… durante os primeiros abalos e uma hora antes do avanço da água /…/ vários barcos passando no rio foram vistos a rodopiar como num remoínho e, então, com as popas levantadas fora da água, mergulharam a pique, sem voltar a subir /…/”
”A terra abriu-se em bastantes locais /…/Algumas destas fendas ainda permanecem abertas, outras voltaram a fechar-se, de algumas brutou água, de outras veio um vapor sulforoso e de outros proveio apenas vento.”
[Relato de um mercador inglês residente em Lisboa à data do Terramoto]

“Parece que a população estava toda absorta com a ideia que era o Dia do Juízo Final”
[Sr. THOMAS CHASE, soterrado sob as ruínas da sua casa mas sobrevivente “após uma salvação extraordinária”]

“Que crime, que erro cometeram essas crianças
Esmagadas, sangrando sobre o peito de suas mães?
A Lisboa caída bebeu mais fundo no vício
Que Londres, Paris ou a ensolarada Madrid?"
[Voltaire]

 

 



sábado, outubro 30, 2004

 

| Os primeiros resultados da medição científica do lençol freático da Baixa Pombalina |

 


O projecto de monitorização do lençol freático da Baixa Pomblina do NARC [Núcleo Arqueolóloco da Rua dos Correeiros] realizado no âmbito da colaloração existente entre Fundação BCP, Instituto Português de Arqueologia e o seu organismo dependente CNANS [Centro Nacinal de Arqueologia Náutica e Subaquática] acaba de publicar no n.º 21 da Revista Monumentos da DGEMN os primeiros resultados sob a forma de quadro-síntese.
Estes resultados correspondam a cerca de 13000 medições entre Novembro de 2003 e Abril de 2004 e apontam para uma tendência geral de diminuição, embora os autores do artigo Pedro Gonçalves do CNANS e Jacinta Bugalhão conhecida arqueóloga do IPPAR, considerem “permaturo tirar conclusões acerca da dinâmica dos níveis freáticos” [as medições correspondem a 6 meses e para serem representativas devem perspectivar-se por um período de 2 anos] e haver necessidade de cruzar os dados com outros fenómenos de natureza meteorológica “(e.g.:pluviosidade) “ e “acidentes antrópicos”.
O que se estranha (ou talvez não) em toda esta questão é que tenha sido uma instituição particular [Fundação BCP] a tomar a iniciativa de tratar , trazer para a opinião pública e a chamar a atenção da necessidade de “comunicar experiências, concertar posições” no âmbito interdisciplinar e interinstitucional ; como se afirma no artigo “os resultados obtidos por outras entidades com responsabilidade na matéria, poderão permitir a criação de um modelo explicativo para uma série de fenómenos que tem vindo a afectar esta zona e que poderá representar algum risco para a estabilidade desta unidade histórica, arquitectónica e arqueológica”.
A CML fez um investimento de 225 mil euros na monitorização do solo e subsolo da Baixa, instalando um sistema que, operando em regime de permanência, permite recolher informação regular sobre o comportamento dos níveis freáticos, avaliar a carga dos terrenos e observar eventuais deslocamentos e assentamentos do edificado. Na altura dizia Carmona Rodrigues que «ao fim de seis meses», os resultados das observações na Baixa «poderão ter, já, alguma substância».
Se têm ou não, nada sabemos, a não ser que Carmona depois disso já foi Ministro e que agora é Presidente da Câmara que tutela os assuntos desta Baixa cheia de problemas e cada vez com mais projectos a entrarem na comunicação social. É mesmo isso. Já era tempo de alguns deles terem “alguma substância” …

terça-feira, outubro 26, 2004

 

| O Rei Encoberto tão-baixinho- que-ninguém-o-vê, o Imperador que-se-esconde-nas-alturas e o Gil que-goza-com-a-situação |

 


O antigo Largo de Camões que-não é-o-d'os-Lusíadas, O Rei Encoberto tão-baixinho- que-ninguém-o-vê, o Imperador que-se-esconde-nas-alturas e o Gil que-goza-com-a-situação - eis o que se oferece a um transeunte que entra na Baixa pelo antigo Passeio Público que hoje deu em Avenida da Liberdade e que termina nos Restauradores - uma avenida cujos prédios são quase todos espanhóis ou para lá caminham! …
Poucos, mesmo poucos se apercebem que a fachada neomanuelina e neo-árabe da estação do Rossio tem escarrapachada muito terreamente uma “minguada” estátua de D. Sebastião, um Rei com um sonho “respeitável” cujo “destino não deu deferimento”; sem sebastianismos, acho que seria uma memória para colocar noutras alturas, embora nos tempos que correm mais pareça um guerreiro de guarda à estação que fechou por culpa de um túnel e ninguém o relacione com a Batalha de Alcácer-Quibir; ele também está por tudo, em vez dos 17000 soldados que o acompanharam em 1578 vê os 17000 carros entrarem diariamente na Baixa em 2004, em vez do nevoeiro que marcou tantas vezes o seu regresso sente o ácido da poluição no seu corpo petrificado, em vez da glória do Quinto Império do Bandarra, de Vieira e de Pessoa assiste à reabilitação da Baixa de todos nós.
Em frente do Encoberto vemos o Largo de Camões [hoje de D. João da Câmara] para onde dá a fachada O. Do Teatro D. Maria II; este Camões não é o Luís Vaz que escreveu Os Lusíadas mas o dr. Caetano José da Silva Souto Maior, o Camões, corregedor do bairro do Rossio no reinado de D. João V. Se assim não fosse, o largo ainda continuaria a ter o nome do corregedor, até porque no tempo do desaparecido rei o Rossio ser mais “Rocio” do que é hoje.
Eis-nos agora perante o desgracioso monumento colocado no centro da Praça do Rossio [sublinho Rossio, que vem de “Rocio” e não de um qualquer imperador que nunca tivemos!]; trata-se de um monumento de 27,5 metros de altura, infelizmente composto de envasamento, pedestal, coluna e estátua, sendo o pedestal de mármore de Montes Claros, a coluna de pedra de lioz de Pero Pinheiro e a estátua de bronze; na base do pedestal estão figuras alegóricas que representam a Justiça, a Prudência, a Fortaleza e a Moderação - coisas que dizem representar as qualidades de D. Pedro IV mas que não têm nada a ver com aquele busto em uniforme de general, coberto com o manto da realeza, a cabeça coroada de louros, ostentando na mão uma Carta e a olhar não-sei-para-onde [dizem alguns, para o extinto Cais das Colunas - reminiscências de outro Quinto Império???]. Já no século XIX Eça sobre ele escreveu: "Vossa Majestade está no alto de uma coluna, esguia, polida e branca como uma vela de estearina, e mostra, equilibrando-se sobre uma bola de bronze, um papel, a Carta - ao clube do Arco do Bandeira. É a quem Vossa Majestade a mostra. O clube do Arco do Bandeira pela sua atitude, modesta e digna, parece não dar por tal. Vossa Majestade está com a espada na bainha. Vossa Majestade passa à posteridade com um rolo de papel na mão - como um tabelião ou um vale. Nada que lembre o soldado. É uma estátua - doméstica".
Mas esta estátua com “o tom baço e pálido de uma vela de estearina colossal e apagada” é um D. Pedro a fingir; na verdade, como já aqui dissemos e a Revista História no seu último número também o indicia , pairam sérias dúvidas sobre aquela figura que hoje se admite tratar do Imperador Maximiliano do México. Seja um ou outro, tanto faz “lá tão alto ninguém repara se é Pedro ou Maximiliano”, a não ser Gil Vicente que do cimo do Teatro D. Maria II ri “às gargalhadas” de todo este fingimento nacional. Penso que é disso que ri o mestre Gil - não dos projectos que se lançam para a reabilitação da Baixa e que-parecem-nunca-mais-avançar; aqui o assunto é sério e ainda é demasiado prematuro para perdermos a esperança. Nesse aspecto, somos persistentes como as ábsides das ruínas da Igreja do Carmo !...

[desenhos de:http://sylvain.bourgois.free.fr]

domingo, outubro 24, 2004

 


 



sexta-feira, outubro 22, 2004

 

| Não, não é, seria vexame a mais… |

 


Não, não é O ULTIMO INTERROGATÓRIO DO MARQUêS DE POMBAL que Malhoa pintou em 1891! É O ÚLTIMO VEXATÓRIO DO MARQUÊS DE POMBAL que, desfalecido e sem força anímica , diz aos inquisidores que o tirem daquela rotunda onde já não vê luz ao fundo do túnel e que tirem o seu nome àquele estaleiro.
Por ironia do destino, do alto da sua estátua dá de caras com o intruso imperador que os liberais colocaram no Rossio com a Carta na mão , julgando que “lá tão alto” ninguém reparava que não é D. Pedro! Mesmo que fosse, quem ali deveria estar era o Marquês com o Rei mesmo ali à mão. É que, com as voltas que dá o Terreiro do Paço, qualquer dia ainda acontece à estátua de D. José I o que fizeram ao Cais das Colunas; seria vexame a mais…

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