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sábado, junho 05, 2004
A gaivota alça vôo mais uma vez no “Grande Cais donde partimos em Navios-Nações” [Fernando Pessoa]
quinta-feira, junho 03, 2004
"O toque da água [do Tejo] fazia-se nas pedras de Lisboa e os barcos ganhavam estatuto de objectos urbanos".
O terramoto e o desfazer do império puseram fim a esta relação de amor - Tejo/Lisboa, como se se tivessem cumprido os fatídicos avisos do Velho do Restelo camoniano.
Foi para pôr fim às "sucessivas interiorizações" da cidade nestes últimos dois séculos e meio que,Francisco da Silva Dias, escreveu um notável artigo no extinto Boletim Lisboa Urbanismo, da CML. Nele, apresenta algumas utopias para a renovação da zona ribeirinha de Lisboa, aliás no seguimento de um concurso de ideias promovido pela Associação dos Arquitectos Portugueses, em 1988. Talvez, estas propostas contribuam para Lisboa não se afastar mais do rio [agora] através duma fuga para o céu, lá para os lados de Alcântara!…
Uma grande plataforma, à cota 14.00 que teria acessos na antiga fábrica de gás, ladeada por edifícios, interiorizada, venceria as vias que separam a cidade do rio, alheada de todas e com o único objectivo de ser vivida e enquadrar o Tejo e a outra banda até que se lançaria em escadaria nas águas do Tejo.
Albergariam os edifícios, nunca mais altos do que três pisos, formando uma espécie de terreiro artificial com serviços, habitação, comércio.
Teria possivelmente cómodas arcadas.
Mergulhariam os edifícios no Tejo, em poderosos volumes à ilharga dos quais haveria uma sala de espectáculos que faria renascer a malfadada Ópera".