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quarta-feira, janeiro 07, 2004
A BAIXA - "Livro de Bordo / Vozes, olhares, memorações " [7]
A BIBLIOTECA REAL
da Ribeira, num painel de azulejo do séc. XVII.
A Biblioteca Real, constituída por 70 000
volumes, ocupava o segundo piso.
"A Biblioteca da Ajuda teve origem no século XV, como Biblioteca Real, e esteve instalada a partir do século XVI (?) no torreão poente do Paço da Ribeira. Foi substancialmente enriquecida por D. João V, mas perdeu a maior parte do seu riquíssimo espólio no terramoto de 1755, após o que se procedeu à sua reinstalação em casas anexas ao Paço de madeira (Real barraca), na Ajuda. Em 1811, na sequência das invasões francesas, foi transferida para o Rio de Janeiro, aí dando origem à actual Biblioteca Nacional. Em 1821 foi recuperada parte da sua colecção de manuscritos, à qual se incorporaram mais tarde as livrarias da Companhia de Jesus (São Roque e Colégio de Santo Antão), Congregação do Oratório e Palácio das Necessidades. Encontra-se localizada em ala própria do Palácio da Ajuda desde 1880, quando foram pintados a fresco, por José Pereira Júnior, os tectos decorados com trompe-l'oeil que ainda se podem apreciar." [IPPAR]
OS LUGARES DA BAIXA [2]
"Victorino de' Sousa é hoje a única correeiria da velha Rua dos Correeiros. No interior desta loja de artigos hípicos, para que a memória não se perca, existe um pequeno espaço que reproduz a oficina onde mestre Victorino trabalhou desde 1921.
Com o advento do automóvel, a Victorino de Sousa diversificou a sua produção para além dos arreios de carro. A oferta alargou-se às selas e selins, a artigos de couro para caça e malas. Os produtos manufacturados na correeiria foram muitas vezes objecto de ofertas em nome do Estado. O Presidente Ramalho Eanes ofereceu uma sela à portuguesa ao Duque de Edimburgo e uma outra ao Presidente da Venezuela. Também o Presidente Mário Soares presenteou o Rei Hassan II de Marrocos com um arreio. Muitos dos trabalhos comercializados na loja de José de Sousa, que representa a terceira geração destes artífices ligados à equitação e à caça, permanecem artesanais, no respeito pela tradição e qualidade. A correeria Victorino de Sousa tem a insígnia Loja de Tradição." [Associação Turismo de Lisboa]