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segunda-feira, janeiro 31, 2005
| “Perder a Baixa a pouco e pouco…” |
Já em Março de 2001, o jornalista José Manuel Fernandes escrevia no Expresso: "sem um programa de intervenção forte, com objectivos determinados e uma consistência de propósitos - programa que terá de ser em primeiro lugar paciente e cuidadosamente preparado (e há estudos, já antigos ou recentes, mas sempre sérios e aprofundados, sobre a Baixa, repetimos, dos vários pontos de vista - funcional, tecnológico, construtivo, histórico, tipológico, etc., que permanecem ignorados); sem uma preparação prévia (de meios e de sensibilização dos utentes), sem um investimento calculado (para atrair certas populações e funções) e sem um faseamento delicada e estrategicamente urdido - iremos, como actualmente sucede, perdendo a Baixa a pouco e pouco."
Volvidos estes anos o que se fez? Que projectos foram implementados no terreno para a sua recuperação arquitectónica? Que medidas foram tomadas para a salvaguarda das diferentes funcionalidades da Baixa, nomeadamente do seu comércio? Que se fez para inverter a desertificação da Baixa? É com ruas sujas e inseguras que se promove a Baixa? É com esta política de estacionamento assente na ideia de que os residentes da Baixa são velhinhos, que se atraiem novos residentes?
Na semana passada, pude observar com o maior dos espantos, o estado a que o principal centro histórico do país chegou: foram colocados para "embelezar!???" a Rua Augusta cinco tristes e inestéticos vasos, decorados com umas minúsculas plantas [mais parecem couves anãs] , hoje felizmente só três ainda conservam as ditas plantas, que desde a primeira hora serviram para travar a marcha de alguns transeuntes distraídos [para não falar dos invisuais !] e de recipientes de lixo; se não foram os serviços camarários a colocar estes vasos de mau gosto é caso para dizermos, o que é ainda pior, a Baixa está em autogestão…
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