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baixapombalina - blog sobre as polí­ticas de intervenção na Baixa Pombalina

 

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sábado, julho 24, 2004

 

Mudar-para-ficar-pior ou mudar-é-sempre-mau ?

A Baixa/Chiado tem em curso dois projectos que são um exemplo elucidativo de dois pecados nacionais. O pecado de mudar-para-ficar-pior e o pecado de mudar-é-sempre-mau.



Para o primeiro caso, temos o exemplo do Terreiro do Paço com um projecto de descaracterização em curso, desintegrado do resto da Baixa, desarticulado de um plano de renovação da zona ribeirinha do Parque das Nações a Alcântara/Belém, no qual poderia preencher o papel de centralidade e de interligação; tão leviano é este projecto que ainda não se avaliou os seus custos com a saída dos ministérios e o impacto financeiro que tal medida implicaria para o comércio e, sobretudo, para a restauração da Baixa. Seria uma perda irreparável com repercussões drásticas não só para o futuro da obra que o Marquês de Pombal mandou erguer após o Terramoto, como para a cidade de Lisboa e a sua centralidade política. O Terreiro do Paço não pode ser reduzido a uma Praça de S. Marcos onde sentados na esplanada e voltados para a estátua equestre, passemos o tempo a perguntar: - Qual é a pata direita do cavalo de D. José I?


Desenho da área do complexo de habitação Terraços de BragançaRUA DO ALECRIM E RUA ANTÓNIO MARIA CARDOSO - LISBOAImagem dos edíficios


Relativamente ao segundo caso, temos o exemplo da nova intervenção de Siza na Baixa/Chiado  - a conhecida urbanização Terraços de Bragança [complexo de habitação, serviços e comércio]. Trata-se de uma urbanização de 5.000 m2 projectada por Siza para preencher um hiato urbano entre a Rua do Alecrim e a Rua António Maria Cardoso. É uma zona com marcas arqueológicas que recuam pelo menos ao  século XIV, data da construção da muralha fernandina (1373/76), que por aqui passava, aproveitando o acentuado declive do terreno, já por si uma fronteira natural para a cidade.Ora, foi precisamente os restos desta muralha e não tanto a análise mais pormenorizada dos edifícios, que mereceu a crítica de alguns defensores do deixa-estar-tudo-na-m (l)esma. De facto, o que na realidade se passou foi que o projecto de Siza, pelo contrário, previa a sua preservação, pois toda a urbanização estava planeada de forma a proteger a muralha [como afirmou Siza Vieira, "parte de um sulco superficial (da muralha) não foi mantido, mediante o compromisso da sua posterior reposição no mesmo local e à mesma cota. Outra parte sensivelmente com a mesma extensão (30m) foi mantida e devidamente protegida"]; na realidade, já não existia Muralha Fernandina mas somente restos da sua fundação. De acordo com Siza Vieira, o edifício está assente sobre pilares em toda a zona ocupada onde existem ruínas, zona que será visitável através de uma passagem, exigida pela CML, interligando as ruas do Alecrim e António Maria Cardoso. Nesta área haverá um espaço público relvado, cujo perímetro deverá ser explorado pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (Ippar).








Comments:
You've got some cool art on your blog. :-)
 
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