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domingo, fevereiro 01, 2004

 

A BAIXA - "Livro de Bordo / Vozes, olhares, memorações " [10] - O MASSACRE DO ROSSIO [Noite de 13 de Março de 1838]



Foi com morras à Carta e ao governo, vivas à Constituição [1822] e à Revolução [1820] que o povo no dia 9 de Setembro de 1836, junto ao cais das colunas no Terreiro do Paço, levou a Rainha [D. Maria II] a demitir o Gabinete Cartista e a proclamar, de novo, a Constituição. Dá-se, assim, início ao governo setembrista de Passos, Vieira de Castro e Sá da Bandeira, marcado por reacções violentas quer da direita [Belenzada e Revolta dos Marechais], quer da esquerda [os grupos civis que tinham feito a revolução sentiam-se desapontados com ela e preparavam-se para fazer outra]. Constituíram-se milícias armadas [conhecidas por Batalhões de Artífices] sendo o mais activo o dos arsenalistas, formado por artífices do Arsenal e comandados por Soares Caldeira, que havia sido o verdadeiro chefe político da Revolução de Setembro.
O governo da época etiquetou o movimento de anarquista, mas Caldeira era deputado e os seus discursos não revelam qualquer pensamento ou programa político próprios, mas apenas radicalismo exacerbado.
De qualquer modo, os arsenalistas amedrontaram a consciência burguesa: "tinham deixado crescer as barbas", diz um escritor de então, "para meterem mais terror à população da capital".
Na noite de13 de Março de 1838, as tropas do governo cercaram os arsenalistas no Rossio e metralharam-nos implacavelmente. Os mortos elevaram-se a várias centenas, ou não passaram de uma dúzia, consoante a atitude política dos narradores perante o episódio, que ficou sempre na penumbra da historiografia liberal.
O massacre do Rossio foi porém de consequências definitivas para o setembrismo, porque o deixou sem a força que lhe servisse de esteio.
Em breve viria o "ordeiro" Costa Cabral [político controverso que em breves anos passou da esquerda radical/arsenalista para a direita cartista] a restaurar de novo o cartismo, a ordem do Estado e a docilidade da opinião pública. Pelo menos até à Maria da Fonte!… [Viva a Maria da Fonte| com as pistolas na mão| para matar os cabrais,| que são falsos à Nação.].


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