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domingo, dezembro 21, 2003
A SEGUNDA VIDA DO CHIADO
"Até ao século XVI, ali se ergueram conventos e solares aristocráticos destruídos pelo terramoto de 1755. Com a reconstrução de Lisboa, o Chiado viu saírem os fidalgos e entrarem os burgueses, que a industrialização e o comércio do século XVIII faziam ascender ao topo das colinas da cidade.
Na última metade do século passado, o Chiado tornou--se o espaço preferido dos poetas, romancistas, políticos, jornalistas e artistas.
A partir do final do século passado, e durante toda a primeira metade do actual, o Chiado viveu uma época de ouro, transformando-se no centro de encontro da Lisboa intelectual e elegante. Era ali que ficavam as redacções dos jornais e as grandes livrarias, reunindo todos os intelectuais, desde os monárquicos aos republicanos, passando por sindicalistas, anarquistas, socialistas, conservadores, revolucionários de várias matizes e fadistas.
A segunda vida do Chiado fica marcada pela reabertura dos Grandes Armazéns do Chiado, finalmente recuperados. Trata-se de uma intervenção de fundo, que não passou apenas pela recuperação das fachadas, mas antes pela devolução à zona de uma vida própria. Ou melhor, o projecto do Chiado recuperado é, no fundo, o renascimento do Chiado.
No espaço dos antigos Grandes Armazéns do Chiado funcionam, agora, trinta e seis novas lojas. Entre elas, destaca-se a maior loja da Península Ibérica da cadeia FNAC. Ao recuperar uma área de dois pisos, a presença e a dimensão da loja FNAC testemunha, por si só, a crescente importância de Lisboa enquanto capital europeia de referência. Para além da FNAC, encontram--se, ainda, lojas de grandes dimensões vocacionadas para a moda e para o desporto."