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sexta-feira, novembro 21, 2003
POMBAL, O TERRAMOTO, AS “VÍBORAS DA REACÇÃO” E A CIDADE NOVA - A BAIXA POMBALINA
(…) Em 1763 havia muitas casas feitas, mas estavam devolutas porque não havia quem as quisesse habitar; os lisboetas tinham-se entretanto habituado a viver em barracas. Mas uma nova lei veio ordenar a demolição de todas as barracas (…).
(…) O Plano de Lisboa foi desenhado e dirigido por arquitectos portugueses (…).
A cidade nova reflectia a concepção que o estadista tinha do Estado: planta geométrica e rectilínea, alçados iguais para todos os edifícios, ausência de palácios ou de qualquer sinal exterior que pudesse sugerir a nobreza do proprietário. Nenhuma porta diferente. A preocupação da uniformidade foi ao ponto de se decretar a proibição de alegretes ou vasos com cravos às janelas. As próprias igrejas foram obrigadas a alinhar pela altura dos demais prédios e também o desenho delas foi feito pelos arquitectos do Estado.
Na praça principal reuniam-se as forças que para Pombal deveriam formar o país: nos andares nobres as Secretarias de Estado, por baixo delas, a servir-lhes de suporte, as lojas do comércio. E a presidir à imensa parada, a estátua do Rei, cujo cavalo avança esmagando víboras [as víboras da reacção]”.