Baixa Pombalina

in, Artigo, do jornal Expresso de 30/11/2002


Opinião do Arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles:

A abertura de caves e de parques de estacionamento subterrâneos na zona húmida de Lisboa estão a alterar o regime hídrico e a aumentar os caudais de escoamento, sobrecarregando as canalizações; Os 'buracos' são circunstanciais. Ocorrem tanto na Baixa como em qualquer outro lugar, tal como aconteceu no ano passado, em Alvalade. Há arrastamentos de areias pelas linhas de água, provocando zonas vazias por baixo da camada de asfalto e granito das ruas.


Opinião do Engenheiro Mário Lopes, professor do Instituto Superior Técnico:

No caso da Baixa não há uma situação catastrófica, visto que as estacas não vão à terra firme nem têm um papel importante na sustentação das edificações. O seu papel terá sido o de adensar os aterros na fase da construção, criando sob os edifícios uma camada superficial para distribuir a carga. O que significa que já desempenharam a sua principal função . Assim, se houver variação dos lençóis freáticos não será tão grave. O que não quer dizer que podemos alterar os lençóis freáticos à vontade, porque haverá certamente riscos.

CML
A fim de estudar a ocorrência, a CML avançou com a operação “denominada «Monotorização do Solo e Subsolo da Baixa de Lisboa». O primeiro objectivo é fazer um levantamento topográfico para avaliar a capacidade de carga dos terrenos.

Em seguida, é feita a medição do nível freático das águas do sub-solo com a colocação de piezómetros ( aparelhos que avaliam a compressibilidade dos líquidos).

O objectivo é verificar a evolução do nível da água ao longo do tempo, bem como, detectar possíveis assentamentos do solo ou dos edifícios, e tudo fazer para os evitar.” [TSF online]