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terça-feira, outubro 14, 2003

 

"Gateaux des Rois", a tradição nasceu na Baixa Pombalina ...

Confeitaria Nacional


Situada entre o Rossio e a Praça da Figueira a Confeitaria Nacional, um dos mais elegantes salões portugueses, foi inaugurada em 1829; na altura Lisboa era uma cidade diferente, sem carros, electricidade ou telefones - aliás," um dos primeiros telefones a ser instalado em Portugal foi entre a confeitaria e a fábrica. Na época, o país vivia a luta entre D. Miguel e D. Pedro, mas a Confeitaria Nacional servia os dois partidos "com a mesma solicitude, adoçando a ambos as horas amargas e de triunfo", como se pode ler nas páginas da história da empresa.
Portugal contava então com apenas três milhões de habitantes. Poucos eram os que viajavam, e Baltazar Castanheiro era um deles. As suas viagens não foram, de todo, semelhantes às dos românticos diletantes característicos do século XIX. Pelo contrário, foram bastante frutuosas, pois conseguiu trazer de Madrid e Paris vários confeiteiros, entre eles o célebre mestre Gregório, que "durante anos fez delirar a freguesia da casa com o fabrico de vários mimos".
A descrição dos doces e das especialidades da casa era de deixar água na boca: "sorvetes de várias espécies, carapinhadas, soda nevada e a deliciosa bebida gelada a que os espanhóis chamam 'chufas'". A época natalícia era pautada por uma exposição especial "de doces, de grandes construções de açúcar e amêndoa, de espantosos bolos de ovos dentre os quais se destacava uma infinidade de estonteantes e bojudas lampreias, de prodigiosas fantasias enfeitadas e de tudo quanto de mais delicado e original a arte dos doces podia então produzir". Entre estas originalidades da exposição, encontrava-se o "Gateaux des Rois", bolo já conhecido em França por volta de 1311 e considerado indispensável nas festas de Ano Novo e dos Reis Magos na corte de Luís XIV. Com a receita francesa que o jovem empresário nos fez chegar, o Bolo Rei tornou-se tradição também em Portugal. A Confeitaria Nacional orgulha-se de fabricar ainda hoje um Bolo-Rei que segue a receita original, mantendo a fava e o brinde.
Conta-se que chegou a ser proposta, numa sessão parlamentar no início de 1911, a alteração do nome de bolo rei para bolo república. Seja como for, é com orgulho que a Confeitaria Nacional relembra a introdução do famoso bolo em Portugal, como é também com orgulho que ostenta na fachada as medalhas com que foi premiada em grandes exposições internacionais da arte da confeitaria. Uma dessas medalhas foi ganha na Viena do tempo do Imperador Francisco José. Uma outra, onde aparecem as deusas do progresso, distinguiu a Confeitaria Nacional na grande exposição realizada, em Paris, no primeiro ano deste século."

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