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baixapombalina - blog sobre as polí­ticas de intervenção na Baixa Pombalina

 

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terça-feira, outubro 21, 2003

 

CONTRIBUTOS PARA O DEBATE – BAIXA POMBALINA

Participação da Blogosfera no debate

Diz "PLANETA-REBOQUE"[21. Out.]:

“Aproveito para tecer algumas considerações sobre a anunciada pela CML (e, se conheço alguma coisa da CML e o seu presidente, será apenas anúncio) intervenção na Baixa pombalina.

Para mim a reabilitação assemelha-se a um restaurante de grande cuisine française de 3 estrelas. O arquitecto responsável é o cozinheiro-chefe. O historiador, o encarregado pela verificação da autenticidade das receitas. O sociólogo e as assistentes sociais, o chefe de mesa e os empregados de mesa. O engenheiro, o responsável pelas compras, encarregue da boa qualidade dos alimentos. O político é o dono do restaurante. Finalmente, a população são os clientes. Logo, se o dono do restaurante conseguir uma cozinha respeitadora dos cânones tradicionais, feita com os melhores ingredientes, servida de acordo com as regras, terá o restaurante cheio. Certo? Bom... falta o pequeno pormenor de saber se a clientela alvo gosta daquele tipo de gastronomia e se os preços praticados estarão de acordo com a bolsa dos previsíveis clientes.

O mesmo se passa com a reabilitação. Não chega os políticos e os responsáveis camarários anunciarem um plano de reabilitação da Baixa, servido pelo respeito pela traça original e pelas técnicas construtivas. É fundamental saber porque é que se vai reconstruir, reabilitar, o que implica saber porque é que é preciso reabilitar, ou seja, quais foram as razões que levaram ao abandono da pequena reparação que tornaria desnecessária as, agora necessárias, obras de fundo. É fundamental saber como se vai quebrar o ciclo grande investimento-abandono progressivo-necessidade de novo grande investimento. Numa palavra, saber como se vai possibilitar a auto-sustentabilidade do sítio. Esse é o princípio e não o fim, como é exemplo paradigmático o do edifício do parque da cidade no Porto.

A reabilitação da Baixa só fará sentido se, antes, se souber a quem ela é dirigida - a que empreendedores / investidores, a que moradores, a que comerciantes. Porque de milhões deitados ao lixo, de frustrações múltiplas, de oportunidades perdidas já estão os Bairros Históricos cheios.”

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Relativamente ao publicado, a "baixapombalina" discorda da forma como a questão está colocada. Com efeito, contrariamente ao dito no mail considero que a reabilitação da Baixa lisboeta tem pertinência e faz sentido em si. Seria, aliás, muito bom que a metáfora que utilizou da “cuisine française” com um arquitecto, um historiador, um engenheiro, um político e um sociólogo em sintonia e de acordo com um plano cientificamente organizado estivesse em marcha.
De facto, considero que a questão da clientela é uma vertente importante, mas não decisiva.
Reestruturar a Baixa Pombalina passa, obviamente, pelos interesses de empreendedores/investidores, moradores e comerciantes, mas é um acto que se justifica a ele mesmo, por se tratar de um património mundial susceptível de se perder, caso não haja uma intervenção séria.



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