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domingo, novembro 16, 2003
Teatro Nacional D. Maria II - Que estranha ironia da História!...
"Inaugurado em 1846, levado pelo fogo em 1964, reconstruído e reaberto depois, sucedeu ao Palácio dos Estaus - sede da Inquisição, ardido em 1836, após ter sido sede também da Regência e do Governo Provisório, Escola Normal, Câmara dos Pares e Intendência-Geral da Polícia."
Que estranha ironia da História - "sobre as ruínas da sede da Inquisição foi construído o Teatro Nacional ", poder e contrapoder?
De facto, se no mais profundo dos seus pisos nos lembramos do “marulhar das águas subterrâneas que há séculos ressoavam aos ouvidos dos condenados nas masmorras da Inquisição” no topo do edifício, no alto do frontão triangular, está Gil Vicente, uma das primeiras vítimas da Inquisição portuguesa,"cujas altas risadas incomodavam os ouvidos devotos de alguns conselheiros d'el Rei". Tudo isto, tendo ali, bem ao lado, o Largo de São Domingos, sinistro palco dos autos de fé.